domingo, 2 de agosto de 2015

Palavras brasileiras de origem africanas N/O/P/Q/R/S/T/U/X/Z

N

Nenê – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que quer dizer pedacinho, cisco. 

O

Odara – Bom. Bonito. Limpo. Branco. Alvo. 

P

Pamonha – Certo tipo de iguaria derivada do milho. Diz-se também da pessoa molenga. Inerte. Desajeitada. Preguiçosa. Lenta. 

Patota – Turma. Grupo. 

Pendenga – Litígio. Rixa. Contenda. 

Perrengue – Dificuldade ou aperto financeiro. Diz-se também da pessoa fraca. Covarde. Animal imprestável. 

Pimba - Pênis de menino 

Pindaíba – Falta de dinheiro. Miséria feia. 

Pinga – Aguardente extraída do caldo da cana. 

Pirão – Papa grossa de farinha de mandioca. 

Pito – Cachimbo. Cigarro. Repreensão. Censura. Dar bronca. 

Pitoco – Objeto ou utensílio o qual já falta uma parte essencial. Parte amputada ou a restante no corpo humano. 

Puta – Gen. Elemento utilizado para qualificar algo ou alguém como grande ou excelente: Exemplos: “Um puta homem”, “Uma puta casa”; Originário do Quicongo “mbuta” que significa notável, melhor. Também significa a forma apocopada de prostituta. 

Q

Quenga – Guisado de quiabo com galinha. Mulher prostituída. Meretriz. 

Quengo – Cabeça. Região próxima da nuca. 

Quilombo – Aldeamento de escravos fugidos. Folguedo popular alagoano em forma de dança dramática. 

Quindim – Doce feito com a gema do ovo, côco e açúcar. Na Bahia significa também meiguice, dengo, encanto, carinho. 

Quitute – Iguaria. Acepipe. Canapé. 

Quizila – Ojeriza. Aversão. Implicância. 

Quizumba – Confusão. Briga. 

R

Requenguela – Engelhado. Encolhido. Tímido. Fraco. Sem substância. 

S

Samba – Nome genérico de um ritmo de dança afro-brasileiro. 

Sarapatel – Guisado feito com sangue e miúdos de certos animais, especialmente o porco. 

Sarará – Alourado. Arruivado. 

Saravá - Palavra usada como saudação nos cultos afro-brasileiros, significa “salve”. 

Sapeca – Diz-se de moça muito namoradeira ou assanhada. Diz-se também da criança muito arteira. 

Serelepe – Vivo. Buliçoso. Astuto. Esperto. 

Songamonga – Pessoa dissimulada. Sonsa. Débil. Boba. 

Sova – Dar pancadas com a mão. Espancar. 

T

Tagarela – Pessoa que fala muito e à toa. 

Tango – Dança argentina popularizada no Brasil, proveniente do espanhol “tango” e do Kimbundo “tangu” (pernada), que era uma forma de bailado de negros ao som de tambores e outros instrumentos. 

Trambique – Negócio fraudulento. Vigarice. Logro. 

Tribufú – Maltrapilho. Negro feio. 

Tu – Diz-se do negro tido como sendo bruto. Boçal. Grosseiro. Oposto ao negro bom e passivo; “...Este samba/que é misto de maracatú/é samba de preto velho/ samba de preto TÚ...”; Pode ser também uma redução de Bantú. 

Tunda – Surra. Sova. Crítica severa. 

Tutano – Substância mole e gordurosa no interior dos ossos. 

Tutú – Maioral. Manda-chuva. Indivíduo valente e brigão. Feijão cozido e refogado ao qual se vai adicionando farinha até dar a consistência de pirão. Dinheiro. Grana. Suborno. 

U

Urucubaca – Azar. Má sorte. Diz-se também de uma praga rogada por pessoa 
inimiga. 

X

Xará – Pessoa que tem o mesmo nome que outra. 

Xepa - As últimas mercadorias vendidas nas feiras livres, mais baratas e de qualidade inferior. Sobras. Coisa inferior. 

Xodó – Amor. Sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém. Carinho.

Z

Zabumba – Tambor grande. Bumbo. 

Zangar – Causar zanga (de zangado). Mau humor. Birra. Irritação. Diz-se também de coisa estragada ou azeda. 

Zanzar – Andar à toa. Sem destino. 

Ziquizira – Doença ou mal-estar cujo nome não se conhece. 

Zoeira – Conhece-se também por Azueira. Algazarra. Falatório. 

Zombar – Tratar com descaso. Escarnecer. Gracejar. 

Zunzum – Boatos. Cochichos. Mexericos


palavras brasileiras de origem africanasN/O/P/Q/R/S/T/U/X/ZNenê – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do...

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sábado, 1 de agosto de 2015

Palavras brasileiras de origem africanas L/M


L

Lambada – Golpe dado com o chicote, tabica ou rebenque. Copo ou gole de bebida alcoólica. Dança de salão de origem amazônica. Significa bater, castigar, ferir, atingir com golpe ou pancada. 

Lambança – Desordem. Sujeira. Serviço malfeito. Embuste. Trapaça em conversa ou jogo. 

Lambão – Indivíduo que não sabe lidar com as coisas sem sujar-se. 

Lambuja – Vantagem que um jogador concede ao parceiro ou rival. Aquilo que se ganha ou dá além do combinado. 

Lapada – Lambada. Bofetada. Espécie de pá semelhante ao remo. 

Larica – Apetite desenfreado após a ingestão da maconha. Dificuldade. Aperto. Apuro. 

Lenga-lenga – Conversa, narrativa ou discurso enfadonho. 

Lero-lero – Conversa fiada. Palavreado vazio. 

M

Maculelê - Folguedo popular de origem baiana, misto de jogo de dança com bastões ou facões. 

Macumba – Nome pejorativo dado aos cultos afro-brasileiros. Audaz. Ousado. Certo tipo de reco-reco. Cada uma das filhas de santo nos terreiros de origem Banta. Antigo jogo de azar. Antiga denominação que se dava à maconha. 

Maluco – Alienado mental. Endoidecido. 

Mangar - Zombar. Caçoar. 

Mangue – Comunidade geográfica localizada em áreas onde o solo é formado por uma lama escura e mole. Terreno lamacento. 

Mamona – Fruto da família das esforbiáceas. Rícino. 

Mamulengo – Fantoche. Teatro de fantoches. 

Mandinga – Bruxaria. Feitiço. Talismã. Qualidade de jogo de capoeira. 

Mandraque – Bruxaria. Feitiçaria. Mandinga. 

Manha – Choro infantil sem causa. Birra. Malícia. Ardil. Artimanha. Habilidade manual. 

Maracatú – Certo tipo de dança afro-brasileira. Em Recife/PE, os maracatus de nação representam embaixadas africanas com todo o séquito real. 

Maracutaia – Trapaça. Embuste. Engodo. Golpe. 

Marafa (o) – Vida desregrada. Licenciosa. Cachaça. Vinho. Diz-se também do tipo de vida, por exemplo: “Viver na marafa...”, viver entregue ao vício da bebida e da 
vadiagem. 

Mano – Tratamento respeitoso entre os antigos sambistas cariocas (“Mano” Elói, “mano” Décio etc.). Irmão. 

Marimbondo – Certo tipo de vespa. 

Matuto – Indivíduo que vive no mato. Na roça. Pessoa ignorante e ingênua. 

Maxixe – Fruto do maxixeiro. Certo tipo de chuchu espinhoso. Dança brasileira de salão. 

Miçanga – Conta de vidro miúda. Ornatos feitos com esse tipo de conta. Colar. Rosário. 

Milonga – Desculpas descabidas. Manhas. Dengues. Mexericos. Intrigas. Feitiço. Sortilégio Bruxedo. Música e dança de origem platina. 

Mingau – Papa de farinha de cereais com leite, açúcar e outros ingredientes. Em língua oeste-africana, era um tipo de milho cozido em água e sal. Na linguagem 
Banta, é o ato de molhar o pão no pirão ou molho. 

Mochila – Alforge. Bornal que se leva às costas. 

Mocambo – Cabana. Palhoça. Habitação miserável. Couto de escravos fugidos na floresta. 

Mocorongo – Mulato escuro. Caipira. Indivíduo natural de Santarém/PA. Palhaço da folia de reis. Mosquito transmissor do impaludismo. 

Mocotó – Pata de bovino utilizada como alimento. Tornozelo. 

Molambo – Trapo. Pano velho rasgado ou sujo. Roupa esfarrapada. Indivíduo fraco e sem caráter. Corpo velho, cansado, moído. 

Molenga – Mole. Indolente. Preguiçoso. Medroso e covarde. 

Moleque – Negrinho. Indivíduo irresponsável. Canalha. Patife. 

Moqueca – Guisado de carne ou peixe tradicional da culinária afro-brasileira. 

Moringa – Garrafão ou bilha de barro para conter e refrescar água potável. Cântaro.

Muamba – Cesto ou canastra para transporte de mercadorias. Furto de mercadorias nos portos. Contrabando. Negócio escuso. 

Mucama – Escrava doméstica. Concubina. Escrava que era amante do seu senhor. 

Mondongo – Indivíduo sujo e desmazelado. Boneco de pano sem governo. 

Mongo – Sujeito bobo. Moleirão. Débil mental. 

Mutreta – Trapaça. Confusão. 

Muxiba – Pelanca. Pedaços de carne magra. Retalhos de carne que se dá aos cães. Mulher feia. Bruxa. Seios flácidos de mulher. 

Muquifo – Lugar sujo e em desordem. Palavra ligada ao Kicongo, significa também latrina. Casebre. Choupana 

Muvuca – Confusão. Algazarra.

Palavras brasileiras de origem africanas D/E/F/G/H/I/J




D

Dendê – Fruto da palmeira, de onde é extraído o azeite. 

Dengo – Gesto de carinho 

Dengoso – Chorão; manhoso; enfeitado; deslambido; faceiro. 

Diamba – Um tipo de erva alucinógena.Ebó – Oferenda feita aos orixás para resolver os mais diferentes desejos e problemas. 

E

Embalar – Acalentar; balançar; fazer adormecer. 

Empacar – Não continuar. Não prosseguir. Diz-se quando o animal firma 
teimosamente as patas para não prosseguir viagem. 

Encabular – Envergonhar-se. Ficar vexado por algum motivo. 

Engabelar – Enganar. Iludir jeitosamente. Trapacear. Engodo. Embuste. 

Escangalhar – Desordem. Confusão. Desmantelo. Dano causado por estrago. 

Espandongado – Desajeitado. Defeituoso. Arruinado. 
Desarrumado. Relaxado. Descomedido. Arreliado. 

F

Fofoca – Intriga. Mexerico 

Fuá – Briga. Rolo. Desordem. Intriga. Catinga. Cheiro desagradável. Diz-se também do eqüino arisco. 

Fuleiro – Reles. Ordinário. Sem Valor. Farrista. 

Fulo – Irritado. Zangado. Nervoso. 

Fungar – Fazer ruído com o nariz ao inspirar o ar. Assoar o nariz. Coriza na fossa nasal. Fuçar. 

Furduncio – Também pronunciado e escrito como “Forduncio”, significa festança 
popular. Divertir-se com alarido. Barulho. Desordem. 

Futum – Mau cheiro. Fedor. Peixe morto na superfície da água. 

Fuxico – Falar mal dos outros. Artesanato popular feito com pedaços de panos. 
Costurar superficialmente. Alinhavar. Amarrotar. 

Fuzarca – Farra. Desordem. Bagunça. 

Fuzuê – Festa. Confusão. Turbilhão nas águas de um rio. 

G

Gambé – Designação de um policial na gíria dos travestis, menores e delinqüentes em geral. 

Gandaia – Farra. Bagunça. Vadiagem. Ofício de trapeiro. Pessoa sem préstimo. Inerte. 

Ganzá – Espécie de chocalho. 

Garapa – Caldo da cana. Bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água. 

Geringonça – Coisa malfeita e de duração precária. Objeto ou coisa estranhos cujo nome e finalidade não se conhece. 

Ginga – Bamboleio. Balanço com o corpo. Dançar com o corpo ao som de uma música ou instrumento. Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol. Sacerdotisa do culto Omolocô. Remo que se usa para fazer a embarcação balançar. 

Gogó – Pomo-de-Adão. Garganta. Laringe 

Gororoba – Comida malfeita. Comida feita com restos de diversos alimentos. Diz-se também do indivíduo lento, molengão ou covarde. 

Guimba – Parte que resta do cigarro ou charuto depois de fumados. 

H

Hã – Interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás. Manifestação de incompreensão. Não entendimento. 

I

Iaiá – Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda antiga, era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos davam às patroas. 

Impala – Espécie de antílope africano. O nome batizou também um modelo de automóvel da Chevrolet. 

Implicar – Provocar. Amolar. Intrometer. Contender. 

Inhame – Designação comum de um tipo de tubérculo comestível menor que a 

mandioca; homem de corpo defeituoso. Coisa ou objeto disforme ou deformada. 

J

Jabá – Suborno oferecido a programador de emissora de rádio ou televisão para que inclua na programação determinada obra musical. Certo tipo de abóbora. 

Jabaculê – Gorgeta. Propina. Dinheiro. 

Jagunço – Capanga. Combatente das forças de Antonio Conselheiro na Guerra de Canudos. Cangaceiro. 

Jererê – Nome dado ao cigarro de maconha. Faísca. Centelha. 

Jiló – Fruto do jiloeiro. 

Jongo – Dança tradicional afro brasileira.

Palavras brasileiras de origem africana - C

C

Caçamba – balde para tirar água de um poço; local onde se depositam detritos. 

Cachaça – Bebida alcoólica; pinga; durante muito tempo, os negros escravizados, banhados em suor, giravam manualmente as rodas dos engenhos de açúcar e, do vapor originário da fervura do caldo da cana, escorria pela parede e pingava do teto (daí o porque o nome “pinga”)a bebida de sabor clássico, que ardia nos olhos e foi batizada de “pinga”. 

Cachimbo – Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco. 

Cacimba – Poço ao ar livre, onde se retém a água da chuva para diversas finalidades. 

Caçula – O mais novo. 

Cacunda – Corcunda; corcova; costas. 

Cafofo – Lugar que serve para guardar objetos usados; nos dias atuais, serve 
também para designar moradia pequena, mas aconchegante. 

Cafuá – Esconderijo; casebre. 

Cafundó – Lugar distante e isolado. 

Cafuné – Coçar a cabeça de alguém. Fazer um carinho. 

Cafungar – Fungar; aspirar pelo nariz; cheirar; fuçar; farejar; focinhar; procurar minuciosamente. 

Cafuzo – Mestiço de negro e índio. 

Calango – Tipo de lagarto do sertão; dança afro-brasileira. 

Calombo – Inchaço. 

Calunga – O mar; boneca carregada pelas damas do paço nos desfiles de reis e rainhas dos Maracatús de nação em Pernambuco; símbolo da realeza e do poder dos ancestrais. 

Camundongo – Rato pequenino. 

Candomblé – Casas ou terreiros de diferentes nações – Angola, Congo, Jêje, Nagô, 
Ketu e Ijexá – onde são praticados os rituais trazidos da África. Esses cultos são dirigidos por um Babalorixá (pai-de-santo) ou por uma Ialorixá (mãe-de-santo). Um dos mais tradicionais é o de Gantois, em Salvador, na Bahia. No passado, o candomblé foi muito perseguido. 

Canga – Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos animais. 

Canjica – Papa de milho. 

Capanga – Guarda-costas; bolsa pequena que se leva a tiracolo. 

Capenga – Manco; com andar de bêbado. 

Capoeira – Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa com os pés e as mãos. As rodas são acompanhadas por palmas, pandeiros, chocalhos, berimbaus e cânticos de marcação.Carimbo – Marca; sinal. 

Carimbó – Tipo de dança afro-brasileira originária da região norte do Brasil. 

Carurú – Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões secos. 

Catimba – Manha; astúcia. 

Catinga – Fedor; mau cheiro. 

Catita – Pequeno, baixo, miúdo. No nordeste, é o nome dado a um ratinho novo. 

Catupé – Cortejo afro-mineiro. As fardas de seus integrantes são enfeitadas de fitas, sendo que dançam e cantam acompanhados por instrumentos de percussão. 

Caxambú – Dança e nome de um tambor grande. ...Vamos todos na dança do 

Caxambú, saravá a todos saravá...(Almir Guineto) 

Caxangá – Jogo praticado em círculo. Os versos de uma velha cantiga baseada nessa brincadeira, são bem populares. (Escravos de Jó, jogavam caxangá....) 

Caxixí – Chocalho pequeno feito de palha. 

Caxumba – Inflamação das glândulas salivares. 

Cazumbí – Alma penada. 

Chilique – Desmaio. Ataque de nervos. “Ter um troço”. 

Cochilar – Breve soneca. Sono leve. 

Congadas ou Congos – Danças dramáticas com enredo e personagens característicos, como reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores, chefes de guerra e guerreiros que se despedem no final das apresentações cantando: “quem tiver mulher e filho se despeça....Adeus que eu já me vou... 

Coque – Bater na cabeça de alguém com o nó dos dedos. Tipo de penteado onde o cabelo é todo preso num arranjo único no alto da cabeça; há uma corrente que acredita ser o nome proveniente do inglês “cock”, que significa galo, e outra que associa o nome a barulho que é feito e também ao “galo” na cabeça. 

Cubata – Palhoça. 

Cuíca – Instrumento musical que emite um ronco peculi

palavras brasileiras de origem africanasCCaçamba – balde para tirar água de um poço; local onde se depositam...
Posted by Haykal Aby Muhammad on Sábado, 1 de agosto de 2015

Palavras brasileiras de origem africanas A/B



A

Abadá - Túnica folgada e comprida; atualmente no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes dos blocos e trios elétricos carnavalescos. 

Abará – Quitute semelhante ao acarajé, cujos bolinhos são envolvidos em folhas de bananeira e cozidos em banho-maria. 

Acarajé – Bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido com camarões secos. 

Afoxé – Dança semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval em cerimônias religiosas. 

Agogô – Instrumento musical formado por duas campânulas ocas de ferro. 

Aluá – Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi. 

Angola – Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira e, também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa. 

Angú – Massa de farinha de milho ou mandioca; angú-de-caroço; coisa complicada. 

Azoeira – Barulhada, zoeira, bagunça. 

Axé – Saudação; força vital e espiritual. 

B

Babá – Ama-seca; pessoa que cuida de crianças em geral; pai-de-santo; a origem é controvertida sendo, para alguns estudiosos originária do quimbundo, e para outros do idioma iorubá. 


Babaca – Tolo; boboca. 

Bagunça – Baderna, desordem. 

Balangandãs – Enfeites, originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa. 

Bancar – Fazer o papel de; fazer-se de. 

Bambambã ou Bamba – Maioral, bom em quase tudo o que faz. 

Bamberê – Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica. 

Bambolê – Aro de plástico ou metal usado como brinquedo. 

Banguela – Desdentado; os escravos trazidos do porto de 

Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores. 

Bantos – Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique, 
que espalharam sua cultura, idiomas e modos. 

Banzé – Confusão. 


Banzo – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal. 

Baobá – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos. 

Batuque – Dança com sapateado e palmas, ao som de instrumentos de percussão. É uma variante das rodas de capoeira praticada pelos negros trazidos de Angola para o interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do 
Pará, é uma espécie de samba. 

Berimbau – Instrumento musical, composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância. 

Birita – Cachaça; gole de cachaça. 

Bitelo – Grande; de tamanho exagerado. 

Bobó – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame. 

Boca-de-Pito – Pitada; tragada em cigarro, charuto ou cachimbo; disposição para fumar provocada pela ingestão de café ou bebida alcoólica. 

Bolor – Vegetação que provoca decomposição em matérias orgânicas. 

Bomba – Certo doce de forma cilíndrica ou esférica feito de massa cozida e glaçado na parte superior. 

Borocoxô – Molenga. Entristecido. 

Bruaca - Espécie de mala ou sacola que se levava no lombo de animais. 

Bugiganga – Objeto de pouco ou nenhum valor ou utilidade. 

Bunda – Nádegas, na língua falada pelos Bundos de Angola. 

Búzios – Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão.

Estrutura "língua Africana do Cafundó"

As estruturas gramaticais utilizadas são emprestadas do português. Os quinze verbos pertencentes ao vocabulário, por exemplo, possuem a desinência da primeira conjugação e são também flexionados 
As variações de tempo reduzem-se às formas do pretérito perfeito, do presente e do futuro do indicativo. O futuro é expresso pelo auxiliar ir mais o gerúndio do verbo principal – forma também usada no presente contínuo, com o auxiliar estar. 
O presente contínuo também é representado pelo verbo auxiliar no imperfeito: 
A “língua” do Cafundó tem um léxico limitado, mas o sistema é vivo e produtivo porque há expansão do vocabulário através de palavras do léxico africano e através do uso de expressões formadas por processos metafóricos e analógicos (em geral: nome + preposição + nome). 
Há também mistura de palavras do brasileiro: 
A preposição em é freqüente na formação de novas expressões: 
A homonímia é muito freqüente devido à limitação de vocabulário. Dessa forma, uma palavra apresenta mais de uma significação. 
Os mecanismos de concordância de gênero tendem a obedecer padrões do português. Mas esse fenômeno é aleatório, já que o banto opera com a concordância através de prefixos aleatórios e o português através de sufixos de masculino e feminino, com variações de singular e plural. 
Há também a criação de expressões através de metáforas complexas, bem como a criação de expressões através de palavras que evocam processos metonímicos.
Na maioria das vezes, a “língua” procede por justaposição de palavras invariáveis: 
Os pesquisadores Carlos Vogt e Peter Fry concluem que o uso dessa “língua” é confuso mesmo entre a população, que parece não se compreender: 
o receptor não entende o que o enunciador quer dizer ou não entende qual é o contexto a que ele está se referindo. 
Mas mesmo assim a “língua” do Cafundó é curiosa e rica, além de ser muito interessante.

Estrutura "lingua Africanado Cafundó"As estruturas gramaticais utilizadas são emprestadas do português. Os quinze...

Posted by Haykal Aby Muhammad on Sexta, 31 de julho de 2015

A “língua” africana do Cafundó Curiosidade

O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora (a 150km de São Paulo), que possui uma população predominantemente negra, de cerca de 80 pessoas, dividida em duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso. A terra foi doada por um antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da abolição. As beneficiárias são duas irmãs, ex-escravas, que são a origem dessas parentelas.


As pessoas do bairro plantam e criam animais para subsistência, mas também trabalham fora (são bóias-frias, diaristas, empregadas domésticas).

A língua materna delas é o português, com uma variação regional identificada como dialeto caipira (segundo Amadeu Amaral). O léxico da “língua” do Cafundó é de origem banto e quimbundo principalmente, e o papel social dessa “língua” é representá-los como africanos no Brasil.

O uso de vocabulários africanos no Brasil está quase sempre ligado a ritos e cerimônias somente, sendo incorporado de uma forma meio “passiva” (já que a língua viva está em constante transformação). No Cafundó, o uso desses vocabulários é muito mais ativo. A “língua” do Cafundó é utilizada em situações corriqueiras, na rotina e no dia-a-dia da população, de forma que o seu emprego independe de festas ou comemorações.

A “língua” africana do CafundóCuriosidadeO Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora (a...

Posted by Haykal Aby Muhammad on Sexta, 31 de julho de 2015

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