sábado, 1 de agosto de 2015

Estrutura "língua Africana do Cafundó"

As estruturas gramaticais utilizadas são emprestadas do português. Os quinze verbos pertencentes ao vocabulário, por exemplo, possuem a desinência da primeira conjugação e são também flexionados 
As variações de tempo reduzem-se às formas do pretérito perfeito, do presente e do futuro do indicativo. O futuro é expresso pelo auxiliar ir mais o gerúndio do verbo principal – forma também usada no presente contínuo, com o auxiliar estar. 
O presente contínuo também é representado pelo verbo auxiliar no imperfeito: 
A “língua” do Cafundó tem um léxico limitado, mas o sistema é vivo e produtivo porque há expansão do vocabulário através de palavras do léxico africano e através do uso de expressões formadas por processos metafóricos e analógicos (em geral: nome + preposição + nome). 
Há também mistura de palavras do brasileiro: 
A preposição em é freqüente na formação de novas expressões: 
A homonímia é muito freqüente devido à limitação de vocabulário. Dessa forma, uma palavra apresenta mais de uma significação. 
Os mecanismos de concordância de gênero tendem a obedecer padrões do português. Mas esse fenômeno é aleatório, já que o banto opera com a concordância através de prefixos aleatórios e o português através de sufixos de masculino e feminino, com variações de singular e plural. 
Há também a criação de expressões através de metáforas complexas, bem como a criação de expressões através de palavras que evocam processos metonímicos.
Na maioria das vezes, a “língua” procede por justaposição de palavras invariáveis: 
Os pesquisadores Carlos Vogt e Peter Fry concluem que o uso dessa “língua” é confuso mesmo entre a população, que parece não se compreender: 
o receptor não entende o que o enunciador quer dizer ou não entende qual é o contexto a que ele está se referindo. 
Mas mesmo assim a “língua” do Cafundó é curiosa e rica, além de ser muito interessante.

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